quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Memória e demolição


Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...
Marta, uma foto na memória é o avesso da mesma foto, num álbum esquecida, ali, guardada na gaveta da vida. Luz e obscuridade: faces do mesmo rosto, jamais olvidado ainda que o baú nos prive da sua presença, pela força e esplendor que nos ofusca o presente na luz do ontem filmado..


Abraços com carinho, ternura, e muita saudade...


Jorge

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Ei querido Jorge, gracias pela amizade blogueira. 
Não tenho nada a dizer neste momento a não ser que Maria Schneider morreu. 58 anos. 50 filmes. O resto eu não sei. Mas o rosto dela é inesquecível. Será mesmo? Isso não importa, afinal "qualquer vida é um processo de demolição".  Vamos demolindo rostos e o resto...




"Eu não olho mais nos olhos da mulher que tenho em meus
braços, mas os atravesso nadando, cabeça, braços e pernas por inteiro, e
vejo que por detrás das órbitas desses olhos se estende um mundo
inexplorado, mundo de coisas futuras, e desse mundo toda lógica está
ausente. (...) Quebrei o muro (...), meus olhos não me servem para nada,
pois só me remetem à imagem do conhecido. Meu corpo inteiro deve se
tornar raio perpétuo de luz, movendo-se a uma velocidade sempre maior,
sem descanso, sem volta, sem fraqueza. (...) Selo então meus ouvidos, meus
olhos, meus lábios"4. CsO. Sim, o rosto tem um grande porvir, com a
condição de ser destruído, desfeito. A caminho do assignificante, do
assubjetivo. Mas ainda não explicamos nada do que sentimos.

4 Henry Miller, Tropique du Capricorne, ed. du Chêne, p. 177-179."

Extraido de: 7 Ano Zero - Rostidade - Mil Platôs - Deleuze e Guattari

Um comentário:

  1. Martinha, pretendo não usar o baú... que a vida usa, comumente... E gosto demais de ver no seu blog, o presente e o pasado, conjugado num futuro.
    Eis minha alma: de quem ama o que nasce ouvindo um som tribal ou uma ópera de Vivaldi ou um canto de algo que ainda não sei nomear...
    Maria vive... Num tango que nunca acabará, enquanto houver, nesta vida, os que a arte amam...
    pela arte de amar...
    abraços , Jorge

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