" A carne é fogo. A alma arde."
" Acostuma-te à lama que te espera!"
" Escarra nessa boca que te beija!"
"Bela na Dor, sublime na Descrença."
" O epitalâmio da Suprema Falta "
"Feias agregações pentagonais"
"Deixa beijar-te a face que descora!"
"Morde-me a goela ígneo e escaldante molho"
"Hás de engolir, igual a um porco, os restos"
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Esse Augusto me pira, não somente pelo temas (agonizantes?), e sim, principalmente, pelos estalidos.
Que sonoridade fantástica.
Minha cabeça está "como as estalactites duma gruta".
Escolhi Vandalismo como o seu mais bonito poema para não ficar mais em dúvida sobre qual é o mais bonito (e doido!) poema de Augusto dos Anjos. Ou será dos Anjos do Augusto?
Vandalismo
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos ...
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!