sábado, 8 de maio de 2010

EXCELENTES O DEBATE E A AULA ONTEM NA PCS 5757

DEBATE: CRIAÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM OU WEB 2.0 NA EDUCAÇÃO?  DEPENDE DO CASO....

Excelente o debate ontem em sala de aula entre alunos e professores da PCS 5757, ministrada pelos professores-pesquisadores  Romero Tori  e Itana Stiubiener (também professora - e minha orientadora - na UFABC). Cheguei um pouco atrasada e  quando entrei na sala senti a turma em flow numa roda bonita. Diálogo!   A questão em debate: desenvolvimento de objetos de aprendizagem ou aprendizagem se utilizando de  recursos da web 2.0?  Todos se posicionaram e deram exemplos de problemas e sucessos em programas que se utilizam de um ou outro ou de soluções combinadas. Há na turma diversas pessoas que pesquisam e trabalham em educação e todos eles com experiências muito interessantes na resolução de problemas concretos. Então, foi muito mais do que um debate teórico. 

Gostei particularmente da fala do colega, engenheiro Sílvio Stanzini. Ele é contra a utilização da web 2.0 como recurso para  sustentar um programa de aprendizagem. Propõe a construção de objetos de aprendizagem em que os alunos participem da construção. Aliás, o trabalho de mestrado dele (Um ambiente baseado em grades computacionais para suporte a aplicações voltadas à produção de objetos de aprendizagem) é nessa linha. Eu já havia lido essa dissertação de mestrado  dele e gostado muito porque compreende um ambiente de produção de conhecimento descentralizado e mobilizador do processo pedagógico.  Foi muito útil ler esse trabalho para ter uma visão mais ampla e crítica  dos LMS - Learning Manangement Systems por ocasião de um trabalho que eu estava fazendo sobre o Tidia-AECOL.

O Sílvio interagiu com essa matéria e fez o seguinte comentário que copio e colo aqui pra ficar mais acessível e enriquecer a matéria: " Os créditos do processo pertencem de fato ao Labvirt, que criou esse processo pedagógico de produção de conteúdo. O meu mestrado restingiu a fazer um sistema que consiga tornar esse processo viável na internet, foi um desafio justamente porque é um processo que tem potencial de atender a demanda de um ensino mais contextualizado e tão necessário para tornar os alunos mais críticos com relação ao aprendizagem, porém envolve muitas competências e um trabalho colaborativo muito intenso e cuidado, pois para tratar de educação deve sempre tomar cuidado!!"


Apesar de achar muito interessante a proposta do Silvio, que considero bastante importante para dar conta dos problemas do ensino fundamental e médio, me posicionei diferente, tendo como substrato a minha experiência que é mais de auto-aprendizagem.  Gosto de aprender por mim mesma, de formular  meus problemas numa investigação, de escolher meus caminhos, de me arriscar nos labirintos do conhecimento etc. Por isso, adoro o ambiente da internet com toda a sua riqueza de redes sociais, bibliotecas, blogs,  revistas científicas, museus, recursos educativos abertos etc. Mas reconheci na minha fala nesse debate que a minha visão é mais adequada para estudos-pesquisas, em programas de pós-graduação, com aprendizes mais maduros, capazes de selecionar criteriosamente suas fontes de pesquisa. Não creio que essa minha preferência possa ser estendida ao conjunto dos aprendizes porque há muitas situações, diferenças de cultura, interesses etc. De qualquer forma, sou adepta do crescimento de recursos educacionais abertos e da expansão da web 2.0. Inclusive sugiro aos colegas vejam minha postagem de uns dias atrás sobre Recursos Educativos Abertos

No meu entender, a conclusão que se pode tirar desse debate é que depende do caso. Em alguns casos, talvez a maioria, desenvolvimento de objetos de aprendizagem; em outros, web 2.0; em outros, solução combinada; em outros, outras soluções.  Aliás, acho que essa é uma conclusão que vale para tudo na vida: sem posições dogmáticas, a gente sempre deve ver qual é a situação específica, qual é o problema. Tendo o problema e o contexto bem definidos, a gente já tem um bom pedaço da solução. Isso sim foi um bom debate. Parabéns ao Romero, Itana e colegas pelo excelente encaminhamento da conversa.  

AULA DE REALIDADE VIRTUAL AUMENTADA. QUE DELÍCIA!

Depois do debate, tivemos a brilhante exposição do professor Romero sobre Realidade Virtual Aumentada. O professor Romero é daqueles professores que a gente pode chamar, sem medo de errar, de mestre. Em primeiro lugar porque ele tem um jeito de agir em sala de aula que cria uma clima de interesse, diálogo e alegria. Não de alegria boba, de piada de cursinho. Alegria de aprender, é isso que quero dizer. Em segundo lugar, ele é um professor que porta e transmite muito conhecimento, sempre remetendo os alunos às boa fontes para aprofundar o conhecimento. E, mais, ele motiva o aluno a perder o medo de criar. Por exemplo, saí da aula ontem mobilizada não só para ler a rica bibliografia sobre jogos na educação e realidade virtual aumentada, bem como para usar ferramentas disponíveis para criar realidade virtual aumentada. Logo eu que nem sei direito o que é realidade virtual aumentada. Mas vou saber. Por enquanto, só sei um bocado de realidade aumentada.

Sobre Realidade Virtual e Aumentada, para quem tiver interesse, fazer download free do livro: Fundamentos e Tecnologia de Realidade Virtual e Aumentada, organizado por Romero Tori, Claudio Kirner e Robson Siscouto.

O que estes dois senhores têm em comum, além de usarem chapéu?

Frase do dia hoje
"Há inteligência na intuição e há intuição na inteligência."
Henri Bergson




Frase do dia ontem
"Por onde passa a ciência, passou há muito tempo a poesia."
Sigmund Freud