segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ressuscitada por Maiakovski

Vivo morrendo e renascendo. Nesses últimos dias, andei morrendo fundo. Na hora da morte sempre leio, qualquer coisa, o que vier na mão. E eis que ontem veio o Maiakovski.  Já gostei tanto dele, da sua poesia, dos seus desenhos, das suas idéias, da sua vida, da sua morte.  Gostava até mesmo daqueles longos/enormes  poemas revolucionários. E já escrevi tantos versos para esse poeta, logo eu que não sou poeta ( e por não ser poeta, jogo tudo que escrevo fora, rasgo, perco...). Nessa vida de morte-renascimento acontece de eu perder muita coisa, inclusive livros. Vou deixando tudo para trás... Assim perdi todos os livros do Maiakovski há um bocado de tempo. E nunca mais li seus poemas, suas lindas cartas de amor para Lili Brik, "meu cãozinho" (ou será meu gatinho? acho que ele era o caozinho e ela o gatinho). Há quase 20 anos não me lembrava de Maiakosvski... E eis que ontem, por um acaso, ele voltou. E me ressucitou, além de ressucitar uma força estranha em mim... A mesma força estranha que eu tive há 20 anos atrás.
Então, vai aí um pouco mais de Maiakovski ....
Obrigada, poeta, revolucionário, amoroso, artista, polêmico, alegre, triste, lúcido, louco, cruel, doce,  lindo, feio, maravilhoso.  Que o paí seja pelo menos o Universo e a mãe no mínimo a Terra. E você, amigo-irmão-amante.


Dedução
Vladimir Maiakovski

Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme
fiel
e verdadeiramente.

Deleuze desconhecido

Através do blog Radio Deleuze, encontrei interessante publicação sobre Deleuze, de onde extrai o retrato ao lado, "Computer Deleuze".

A publicação, de 2007,  é em inglês. Se você não lê nessa língua, talvez um amigo, uma amiga, possa ler e transmitir as partes mais importantes a você e aos demais do seu grupo .  Os vários artigos estão disponíveis em PDF. O download pode ser feito gratuitamente, mas a Urbanomic  (uma instituição sem fins lucrativos) solicita doação voluntária através de cartão de crédito.

Veja Collapse Vol. III: Unknown Deleuze.

Para os filosófos e especialistas, pode ser que essa dica não passe de  chuva no molhado, mas para mim foi uma alegria o encontro com esse estudo e com  a Urbanomic que  pesquisa temas que me interessam muito.  

Mais




Hoje acordei mais...
Mais eu
Mais você
Mais nós
Mais amor

Visto minha calça mais vermelha
Minha blusa mais branca
Mais colorida
Mais simples
Vou andar mais por aí

Sem mais destino
Sem mais procura
Desejando muito mais
Mais beijos
Mais afagos
Mais cafunés

Sou mais, amor
E não menos, como me pintou

Mesmo assim,compreendo mais que tenha me dedicado apenas o preto-branco e o marron
Talvez pinte mais telas para mim usando mais cores da sua mais colorida palheta
Abrirá mais os olhos e eu me mostrarei mais
Mais atrevida, mais amiga, mais amante

De qualquer forma, está bom demais
Porque lhe quero mais e me amo mais
Muito mais


Não é a República que queremos. A luta continua...

A história não é só evolução, às vezes é retrocesso. Na Proclamação da República há luta entre avanços e recuos sociais. As forças sociais e políticas envolvidas no processo, antes e depois do 15 de novembro de 1889, são de diversas naturezas, desde os mais autênticos democratas sociais até os republicanos de última hora, os fazendeiros escravocratas
Apesar de reconhecer a importância do papel  de Deodoro, dos militares e dos positivistas, não os homenageio aqui.  Nos 121 anos da Proclamação, prefiro lembrar dois nomes, ambos ligados às lutas por transformações sociais ainda em pauta no Brasil. Um deles, o  abolicionista e republicano Antonio da Silva  Jardim,  jornalista, excluído no processo de consolidação da República. O outro, o abolicionista e monarquista André Rebouças, engenheiro, excluído do Império, apesar de amigo do Imperador.  Ambos se envolveram intensamente e conflituosamente na vida política do país nas últimas décadas do século XIX, marcadas pelo movimento abolicionista e republicano. Ambos tiveram fins trágicos.  Ambos continuam sendo símbolos da luta do povo brasileiro por liberdade, universalização dos direitos e solidariedade social. Um branco, um negro;  um republicano, um monarquista;  dois militantes das mesmas lutas sociais.
No mais, o que quero mesmo é homenagear os anônimos, todos nós anônimos, que batalhamos por um Brasil e um mundo melhores.  Nesse sentido, devo acrescentar mais um nome nessa homenagem, um anônimo que se tranformou em líder de um movimento (1910-12) contra as torturas que a Marinha republicana praticava nos marinheiros anônimos: João Cândido, almirante, líder da Revolta da Chibata. Nunca foi torturado, mas organizou uma bem articulada rebelião contra a tortura e a opressão.

Silva Jardim


André Rebouças


João Candido