Paulo Augusto de Lima

Vinício Godoy, Marta Rezende e Paulo Augusto de Lima
Ouro Preto - Agosto de 2009
Fotógrafo André Castanheira

Paulo querido, eu queria te dar tanta coisa na vida. Como o Cazuza queria dar para a Doralinda:

“ Eu queria te dar a lua
Só que pintada de verde
Te dar as estrelas
De uma árvore de Natal
E todo o dinheiro falso do mundo
Eu queria te dar...
Um carro conversível
Forrado de branco
Uma viagem ao redor do mundo
Num navio branco”

Mas  foi você, Paulo, que acabou me dando tudo ao me dar um susto com a sua morte. Um susto tão grande e dolorido que me acordou para a vida, para o reconhecimento da volatilidade de todas as coisas, da singularidade de cada momento, da força dos acontecimentos, da pura imanência que é uma vida, qualquer vida, cada vida, todas as vidas.

Marta Rezende - São Paulo - 21 de outubro de 2009

PAULO AUGUSTO DE LIMA: SAUDADE


Homenagem ao amigo, poeta Paulo Augusto de Lima, que partiu em 2009, deixando um vazio que procuro preecher com saudade.


A alma e o sonho
Paulo Augusto de Lima

Vamos passar o dois mil entre a lua e as estrelas
Pensarei nos meus amigos
Pensarei no mundo inteiro
Pensarei meu pai e minha mãe
E também em Manoel Bandeira
Pensarei nos mulçulmanos
nos judeus
nos cristãos
nos espíritas e budistas
e também nos que não crêem.
No céu estrelado cantaremos juntos
Novamente e infinitamente procuraremos entender a natureza de Deus
E até o champagne róseo da manhã
Faremos votos de felicidade para mil anos
Entre as últimas estrelinhas.