terça-feira, 30 de novembro de 2010

Para alguns Maria , para outros, Conceição. Em Sampa, a intempestiva Deusa, Diva


Caríssimos e caríssimas,


Dia 2 de dezembro, quinta-feira, às 19:00h, vamos receber Maria da Conceição Tavares em São Paulo, numa atividade em parceria com a revista Carta Capital.

Acontecerá na Casa de Portugal, na Liberdade. Além da conferência da professora, contaremos com a presença do economista Luiz Gonzaga Belluzzo.

Ao final, o lançamento do livro da Editora Fundação Perseu Abramo, "Leituras críticas sobre Maria da Conceição Tavares", organizado por Juarez Guimarães, em coedição com a Editora da UFMG.

Além de contar com sua presença, pedimos que nos ajude na divulgação, transmitindo este link aos seus colegas. A TV PT fará a gravação em imagem e áudio, com transmissão on-line pela internet.

Abraços e até lá.

Rogério Chaves
Coordenador editorial
Editora Fundação Perseu Abramo
(11) 5571-4299
www.efpa.com.br
www.fpa.org.br

Para participar do evento presencial, inscreva-se aqui.


LORCA JOVEM JÁ GRANDE POETA


A ORAÇÃO DAS ROSAS
Federico Garcia Lorca

I
AVE rosas, estrelas solenes!
Rosas, rosas, jóias vivas de infinito;
bocas, seios e almas vagas perfumadas;
prantos, beijos!, grãos, pólen da lua;
doces lotes das almas estancadas;
ave rosas, estrelas solenes!

Amigas de poetas
e de meu coração,
ave rosas, estrelas
de luminosa Sião!
Panidas, sim, Panidas;
o trágico Rubén
assim chamou em versos
o lânguido Verlaine,,
que era rosa sangrenta
e amarela também.
Deixai que assim os chame,
Panidas, sim, Panidas,
essência de um Éden,
de lábios dançarinos,
e seios de mulher.
Vós outros junto ao mármore
o sangue dele sois,
porém se fôsseis aroma
do vergel
em que os funos moram,
teríeis em vosso ser
uma essência divina:
Maria de Nazaré,
que esconde em vossos peitos
brancura de seu mel;
flor única e divina,
flor de Deus e Luzbel.

Flor eterna. Conjuro ao suspiro.
Flor grandiosa, divina, enervante,
flor de fauno e de virgem cristã,
flor de Vênus furiosa e tonante,
flor mariana celeste e sedante,
flor que é vida e fonte azul
do amor juvenil e arrogante
que em seu cálix as ânsias aclara.

O que seria a vida sem rosas!
Uma senda sem ritmo nem sangue,
um abismo sem noite nem dia.
Elas emprestam suas asas à alma
que sem elas a alma morria,
sem estrelas, sem fé, sem as claras
ilusões que a alma queria.

Elas são refúgio de muitos corações,
elas são estrelas que sentem o amor,
elas são silêncios que lentos escaparam
do eterno poeta noturno e sonhador,
e com ar e com céu e com luz se formaram,
por isso todas elas ao nascer imitaram
a cor e a forma de nosso coração.
Elas são as mulheres entre todas as flores,
tíbios sancta sanctorum da eterna poesia,
neáporis grandiosas de todo o pensamento,
cibórios de perfume que azul o vento bebe,
cromáticos enxames, pérolas do sentimento,
adornos das liras, poetas sem acento.
Amantes olorosas de doces rouxinóis.


II

Mães de todo o belo,
sois eternas, magníficas, tristes
como tardes caladas de outubro,
que ao morrer, melancólicas, vagas,
uma noite de outono as cobre,
porque ao ser como sois a poesia
estais cheias de outono, de tardes,
de pesares, de melancolia,
de tristezas, de amores fatais,
de crepúsculo gris de agonia,
que sois tristes, ao ser poesia
que é uma água de vossos rosais.
Santas rosas divinas e várias,
esperanças, anelos, paixão,
deposito em vós outras, amigas;
dai-me um cálice vazio, já morto,
que em seu fundo, melancólico e deserto,
verterei meu fatal coração.



Ave, rosas, estrelas!
Rosas plenas de graça e amor,
o céu e a terra são vossos
e benditos serão os mestres
que proclamam a voz de tua flor.
E bendito será o belo fruto
de teu belo evangelho solene,
e bendito o teu aroma perene,
e bendito o teu pálido alvor.
Solitárias, divinas e graves,
soluçais, pois sois flores do amor,
soluçais pelos meninos que vos decepam,
soluçais por ser alma e ser flor,
soluçais pelos maus poetas
que não vos podem cantar com dor,
soluçai pela lua que vos ama,
soluçai por tanto coração
que na sombra vos escute calado,
e também soluçai por meu amor.
Ai! incensários carnais da alma,
chopinescas romanças de odor,
soluçais por meus beijos ocultos
que deu minha boca a vós.
Soluçai pela névoa de tumba
onde sangra o meu coração,
e em minha hora de estrela apagada,
que meus olhos se fechem ao sol,
sede meu branco e severo sudário,
chopinescas romanças de odor.
Ocultai-me em um vale tranqüilo,
e esperando minha ressurreição,
ide sorvendo com vossas raízes
a amargura de meu coração.

Rosas, rosas divinas e belas,
soluçai, pois sois flores de amor.

7 de maio de 1918, o poeta tinha então 19 anos


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nijinsky



Nijinsky in "Danse siamoise"
 1910




domingo, 28 de novembro de 2010

Rio de Janeiro - O Alemão é o Iraque

Vídeo aforismo do Amauri Ferreira

Muito bom Amauri.  Adorável potência no seus vídeos filósoficos-poéticos. Parabéns.  Todos são lindos. Escolhi para colocar aqui o que mais me impressionou: Despedida.

Rio de Janeiro - O que tem por trás dessa fumaça

Recebi do meu sobrinho, o querido Maurício, mesmo nome do meu filho,  a dica do artigo que segue abaixo  sobre a violência no Rio.  O Maurício é um dos muitos cariocas que mudaram para São Paulo nas últimas décadas. Interessante isso de carioca morar em São Paulo. Quebra de tabus. Fim da provinciana disputa Rio São Paulo. E impressionante como os cariocas que vão pra São Paulo gostam de São Paulo. É impressionante como eu gosto do Rio e de São Paulo. Metrópoles. As mais doidas do Sul. Doidas, quero dizer, múltiplas. Sobre essa questão da violência no Rio de Janeiro, ando lendo, desconfiada das palavras, sobre o assunto. Tenho meditado. Nessa meditação, importa saber o que tem por trás dessa cortina de fumaça... Esse artigo parece esclarecer um pouco. Obrigada Maurício.



A Guerra do Rio – A farsa e a geopolítica do crime


José Cláudio Souza Alves - 25/11/2010

Nós que sabemos que o “inimigo é outro”, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar.

Achar que as várias operações criminosas que vem se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.

O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos.

De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.

Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica.

Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de “segurança”.

Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos.

Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônica na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.

Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Sadan Husein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo?

Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas.

Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico.

Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta.

A farça da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.

Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?

Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.

Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o Bope passarem.

Vista parcial do Complexo do Alemão

Fotos: Cláudio Lara

Estudando sufi

Tenho que estudar um monte de coisas hoje, mas acordei fissurada no sufi. Dança do amor. No sufi whirling. Dança da meditação.

Oh, dia, levanta! Os átomos dançam,
As almas, loucas de êxtase dançam.
A abóbada celeste, por causa deste Ser, dança,
Ao ouvido te direi aonde a leva sua dança.



Violência contra as mulheres

TODA A MULHER TEM UM DESEJO DE (SER) MULHER


”Ela tem um desejo de mulher. Desejo de quê? Mas do Todo, do Grande Todo Universal(....) A este desejo imenso, profundo, vasto como o mar, ela sucumbe, e deixa-se nele adormecer. Neste momento, sem lembranças, sem ódios nem pensamentos de vingança, inocente apesar de tudo, ela adormece na planície, confiante e entregue tal como a ovelha ou a pomba, descontraída e aberta, e se ouso dizer, apaixonada.

Ela dormiu e sonhou…o mais belo sonho. E como dize-lo? É que o monstro maravilhoso da vida universal, estava nela contido; e para lá da vida e da morte, tudo se mantinha no seu ventre e que ao fim de tantas dores ela deu à Luz a Natureza”

AS FEITICEIRAS - J. Michelet






Recebi da querida amiga Maud Lageiste uma corrente de e-mail solicitando assinatura de uma petição para que sejam tomadas medidas governamentais que possam conter  a violência contra as mulheres na França. Poxa, fico até sem palavras diante dessa informação: um país como a França ainda conta com esse tipo de problema!!! Na  França de Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, de Jane Birkin e Serge Gainsbourg, mulher ainda leva porrada pelo fato de ser mulher! Ainda sexista o povo que fez uma revolução há mais de 300 anos e afirmou ao mundo: igualdade, liberdade, fraternidade!!!



Quase todos os dias da minha vida senti na pele a violência contra a mulher. Violência de palavras, olhares, gestos, julgamentos. Nunca recebi uma agressão física. Ainda bem. Mas já presenciei várias agressões físicas de homens contra mulheres. Terríveis!

Além da agressão física, não é mole também receber toda a carga simbólica contra a mulher que os homens carregam,  e muitas vezes as próprias mulheres também carregam ou sustentam.  Quanto mais a gente envelhece, mais sente o enorme preconceito que ainda existe contra as mulheres.  Ando muito sensível nisso, especialmente depois que passei a estudar o pensamento de Deleuze-Guattari sobre a linguagem como palavra de ordem. Isso desenvolveu meu feeling e hoje percebo, sinto, meu coração dispara diante da palavra de ordem contra a mulher e do  pensamento com imagem sobre a mulher, inclusive no pensamento mais avançado (filosofia, poesia, música, ciência etc). Fico besta quando alguém relaciona mulher à fragilidade e submissão, quase como sinônimos. Como estão por fora os que  pensam assim. Só um dado básico: mais de 50% das famílias brasileiras são encabeçadas (sustentandas) por mulheres. E o pessoal ainda diz "frágil" e "submissa"!!!!   Foi o francês, psicanalista, Jacques Lacan que disse no século XX "La femme n´exite pas" . É dolorido isso. E espantoso.  Humano , demasiadamente humano. Por falar nisso, uma hora dessas vou fazer um acerto de contas com o pensamento de Nietzsche sobre as mulheres.  Aliás, na filosofia contemporânea o machismo, o FALO,  ainda é muito forte... Digo ainda porque está mudando e vai mudar mais, muito mais, as mulheres estão chegando na Filosofia. Chegando com força. Que seja uma força pela paz e amor entre homens e mulheres.




sábado, 27 de novembro de 2010

Ciberamizade

Tô nessa de blog Uzinamarta faz pouco tempo, acho que bem menos de um ano. Nessa onda, encontrei pessoas maravilhosas e conhecimentos sem fronteira. Fiz e estou fazendo, lentamente, piano piano se va lontano, novos amigos no ciberespaço.

Difícil fazer amigos (no ciber ou em qualquer espaço), mais difícil ainda TER AMIGOS. Há aí para mim um mistério.
Meus excelentes, bons ou precários amigos vistam esse blog e não escrevem nada. Com raríssimas excessões!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
 Não só por isso, por muito mais, bota mais, sou gratissíma ao amigo virtual nunca te vi sempre te amei JORGE BICHUETTI. Amigo  que caiu do céu.  ANJO intempestivo, delirante, utópico, estonteante, ativo, desconcertante, poeta, militante, apaixonante, sideral, o astral, sem limites.

Um encontro, muitas dobras.  Estrelas, oceanos, constelações, universos. 

Viva o labirinto do Ciberespaço! Viva os encontros intensos, loucos!!! Á flor da pele.


   Jorge Bichuetti escreveu sobre esse post:
Seu carinho são minhas asas... Nelas, vôo e vou pela imensidão e do alto, vejo o chão e concluo que tudo são flores e amizades... O resto é silêncio!...



Abraço Mil abraços jorge bichueti

Marta responde ao Jorge:

Jorge querido, que bom que você existe.
Silêncio sim, mas também muito rizoma de palavras entre nós, entre os nossos blogs. O Utopia Ativa é uma terapia para mim. Das mais potentes que já vivi... A mesma palavra que mata, cura, ou melhor faz fugir, criar, linhas, linhas de fuga. Graças à vida que tem me dado tantas possibilidades de fugir, escapar, escapar da morte. Viver.

Tu és como o vento
que traz os violinos e as rosas.

Violinos e rosas, os posso ouvir
quando quero, se quero.
Quando é o momento e depois veremos.

Uma palavra ainda.
Palavras, palavras, palavras

Palavras, palavras, palavras, palavras, palavras,

somente palavras, palavras entre nós.

E também livros, poesia, café, cigarros, vinhos, queijos, caramelos, bombons e chocolates. E música! Vai essa  para você: Alain Delon (uau!!!) e Delida. Linda.  Paroles, paroles... Des mots faciles, des mots fragiles. Des mots magiques.

beijo
M

O mundo é muito mais que Madona, Beyonce, Lady Gaga... Que tal uma pop star da Turquia, Büllent Ersoy?



Aaixo,  a cantora mais jovem. Dá de 10 em qualquer pop que temos por aqui...


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo!









??????????????



Fantástico poeta calígrafo artista completo Fahredin Shehu

You

You kiss my tear
And stamp my existence

I kiss you and melt
In God´s essence



White

The soul of parallel nation of Angeloid
Is striving pleasure of life?
Lives now
Perpetually woofs a rainbow muslin with the divine light
Inter-woofed dress
Newborn immaculate fellows
Perfuming
Oh those smell of paradise
Mint, Neroli, Oakmoss, Amber
A bouquet of divine pleasure
And Acacia kissed by a queen bee
Yes the queen of Enneagram
Of course
The work produces sweet essences
Oh Sarmouni of our Millennia
Melt the cataract-ic lance so they may see the beauty
Heal the flu so they may smell fresh ozone
A charged circle of light and love
Overwhelm
Remove the pulp from the reed
So may divine tune perform light?
Tao
May be your torchbearer
In the dark valley and by then you may see a spectrum
That encircles an infant fear
For an eternal life
Yet I kiss that that time sequence
Where Jin and Jang harmoniously co-habit
I a Feng Shui of Love
Defragmenter of hate's files
Zipper of dark matrixes
Arranger
So you may know they do exists
So you try them in order to enjoy the sweetness of life's honey
In this porcelain valley
Where goodness and mischief
Hand in hand are gliding furiously
Alas pure the morning with dew of love
Oxidize hate with apple vinegar
Sing to celebrate both solstices and have a cup of vine
That swoon you
That filters all starry
Cells of brain and ganglia
Perfume her navel with rosewater and kiss, kiss, kiss
Do a divine Tantra
With all visible and invisible and semi-visible spirits
Kiss topaz of her eyes
Kiss ruby of her heart
Kiss diamond of her nail
Kiss cooper of her feet ankle
Kiss jade of her bones
Kiss sapphire of her cells
And a flame-y waterfall of hair
And a silky pubic.
Oh.kiss and kiss and kiss whatever belongs to her
Make her a necklace
With your purest and noblest spermatozoids
Then call her as you wish
Wisdom, Hikkmah, Sophia
Or simply Goddess that makes you Angeloid.


Blog do poeta Fahredin Shehu.
Ele está também no excelente Poetas del Mundo.  

As caligrafias abaixo foram tiradas daqui


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

CAPITALISMO

OU A GENTE ACABA COM O CAPITALISMO FINANCEIRO MARKETEIRO concentrador FETICHISTA DESEMPREGUISTA DESTRUIDOR MASSIFICANTE GUERREANTE ALIENANTE NEUROTIZANTE. ENLOUQUECEDOR !!!!!!!! E MAIS UM MONTE DE PORCARIAS . OU A GENTE ACABA COM ELE OU ELE ACABA COM A GENTE. THAT´S THE QUESTION !!!  NEM É MAIS UMA QUESTÃO DE POESIA. OU TALVEZ SEJA. CADÊ OS GARCIA LORCA DO SÉCULO XXI? OU SEJA, POETAS LATINOS QUE VÃO FUNDO NAS ENTRANHAS DO IMPÉRIO COMO FOI LORCA EM 1930 COM O POETA EM NOVA YORK.

HOJE, A CRISE DO CAPITALISMO PASSA NOVAMENTE POR NY MAS DE OUTRA MANEIRA, MAIS GERENCIADA... MUITO INVESTIMENTO PÚBLICO PARA SEGURAR O ANDOR QUE O SANTO É DE BARRO.  A CRISE DE 29 FOI MAIS INTENSA DEIXANDO "APENAS" 10 ANOS O POVO COM A LÍNGUA DE FORA , ESSA DE AGORA É MAIS EXTENSA. PARECE NÃO ACABAR MAIS . O CAPITALISMO DAQUI PRA FRENTE PARECE SER CRISE ATRÁS DE CRISE. CADA VEZ MAIS COMPLEXAS.


Vuelta a la ciudad

New York

Oficina y denuncia
A Fernando Vela


Debajo de las multiplicaciones
hay una gota de sangre de pato.
Debajo de las divisiones
hay una gota de sangre de marinero.
Debajo de las sumas, un río de sangre tierna.
Un río que viene cantando
por los dormitorios de los arrabales,
y es plata, cemento o brisa
en el alba mentida de New York.
Existen las montañas, lo sé.
Y los anteojos para la sabiduría,
Lo sé. Pero yo no he venido a ver el cielo.
Yo he venido para ver la turbia sangre,
la sangre que lleva las máquinas a las cataratas
y el espíritu a la lengua de la cobra.
Todos los días se matan en New York
cuatro millones de patos,
cinco millones de cerdos,
dos mil palomas para el gusto de los agonizantes,
un millón de vacas,
un millón de corderos
y dos millones de gallos
que dejan los cielos hechos añicos.
Más vale sollozar afilando la navaja
o asesinar a los perros
en las alucinantes cacerías
que resistir en la madrugada
los interminables trenes de leche,
los interminables trenes de sangre,
y los trenes de rosas maniatadas
por los comerciantes de perfumes.
Los patos y las palomas
y los cerdos y los corderos
ponen sus gotas de sangre
debajo de las multiplicaciones;
y los terribles alaridos de las vacas estrujadas
llenan de dolor el valle
donde el Hudson se emborracha con aceite.
Yo denuncio a toda la gente
que ignora la otra mitad,
la mitad irredimible
que levanta sus montes de cemento
donde laten los corazones
de los animalitos que se olvidan
y donde caeremos todos
en la última fiesta de los taladros.
Os escupo en la cara.
La otra mitad me escucha
devorando, orinando, volando en su pureza
como los niños en las porterías
que llevan frágiles palitos
a los huecos donde se oxidan
las antenas de los insectos.
No es el infierno, es la calle.
No es la muerte, es la tienda de frutas.
Hay un mundo de ríos quebrados
y distancias inasibles
en la patita de ese gato
quebrada por el automóvil,
y yo oigo el canto de la lombriz
en el corazón de muchas niñas.
Óxido, fermento, tierra estremecida.
Tierra tú mismo que nadas
por los números de la oficina.
¿Qué voy a hacer?, ¿ordenar los paisajes?
¿Ordenar los amores que luego son fotografías,
que luego son pedazos de madera
y bocanadas de sangre?
San Ignacio de Loyola
asesinó un pequeño conejo
y todavía sus labios gimen
por las torres de las iglesias.
No, no, no, no; yo denuncio.
Yo denuncio la conjura
de estas desiertas oficinas
que no radian las agonías,
que borran los programas de la selva,
y me ofrezco a ser comido
por las vacas estrujadas
cuando sus gritos llenan el valle
donde el Hudson se emborracha con aceite


LORCA -AUTO RETRARTO PARA O POETA EM NOVA YORK


Acorda amor

Mundo, mundo, vasto mundo. No entanto, costumamos viver no mundo como se ele fosse uma vilazinha.

O que importa uma greve geral dos trabalhadores em Portugal contra corte de salários, se o meu salário é uma merda? O que importa a cólera no Haiti se eu não tenho parentes lá? E daí se milhares de drogados no mundo continuam se infectando com o vírus da Aids, desde que não seja o meu filhinho? O que é que tem  a ver a crise nos Estados Unidos se continua a Disneylandia? Crianças e jovens, que gracinhas!,  estão manifestado nas ruas da Europa, como pode isso? África, lugar de leões e de negros, onde é mesmo que fica? Coréia do Sul x Coréia do Norte, será isso jogo de futebol? 29 morrem em minas na Nova Zelândia e nem um showzinho? Honduras ditadura, mas isso já não acabou?

Assim, vamos tocando a nossa vidinha até que.... chega a hora de ver TV. Agora um pouco de mundo.  Depois, hora de diversão, dissolver o mundo na novela. Vamos dormir meu mundinho, amanhã de manhã vou fazer um café pra nós dois. Coloca o despertador...








quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Blogueiro e tuiteiro

Blogs sem ligação com nenhum portal da internet foram recebidos pelo Presidente da República numa coletiva hoje cedo no Palácio do Planalto.

Lula avisou: "vou ser blogueiro e tuiteiro". Esse Lula é danado... demais.

O Rodrigo Viana tem razão: faltaram as mulheres. Só  havia homens, todos de ternos...


Ainda cuspindo o veneno...

" Para cada alma pertence um mundo diferente; para cada alma, toda outra alma é um além mundo"
Nietzsche - Assim falou Zaratustra - O convalescente


Uma das mais bonitas e potentes passagens do Assim falou Zaratustra é O convalescente em que o nosso herói levanta-se da cama depois de convalescer durante sete dias em virtude da descrença no homem. "É demasiado mesquinho, o maior!- Era este o meu estado pelo homem! e o eterno regresso, e outra vez, do mais mesquinho! - Isso então era o enfado de toda a minha existência!".  

Trata-se da última crise melancólica de Zaratustra e é nesse contexto de doença e morte em que ele  se prepara para elaborar definitivamente O Eterno Retorno (O grande anelo), afastando para sempre a idéia de que o que retorna é o mesmo homem mesquinho. Não há palavras exatas para definir O Eterno Retorno do não mesquinho, O Eterno Retorno da diferença. As palavras não podem tudo. Mas as palavras podem matar. E matam. Palavras foram feitas sobretudo para matar.


Não sou Zaratustra, infelizmente. Mas andei morrendo de mesquinharias. Mesquinharias de palavras, acusações, julgamentos. Palavras de ordem. Não sou Zaratustra, infelizmente, mas andei me curando das mesquinharias humanas. Bati em muitas portas pedindo. O idiota que me habita não sabia - ou fazia de conta que não sabia - que atrás das portas podem haver monstros.  O monstro é o pharmacon do homem? O monstro é o Outro do idiota? Não sei, mas sei que o monstro é perigoso e sei também que ele pode fazer a diferença. Como descrever a drástica mudança que se gerou no seu corpo quando se encontrou frente a frente com o desconhecido? Tudo o que recebi foram palavras mesquinhas, julgamento  pelas aparências. Figuras. "... a figura é o atributo não-corpóreo que o limita e o fixa: a morte é a Figura."

Doença. Só adoecendo pude me libertar dessa tristeza do humano.  Fui a minha própria médica. Há um cura potente em mim.  Sempre foi assim, assim é em todos nós. Mas é preciso alimentar esse cura. E eu o alimento com palavras. As palavras podem curar também.  Mensagens de fuga! Mas antes é preciso morrer, morrer de palavras. "Morte, morte, esse é o único julgamento, e o que faz do julgamento um sistema. Veredito.". 

Atenção! A palavra de ordem só nos mata porque  já estamos mortos, mortos de obediência. "Você já está morto quando recebe a palavra de ordem... A morte, com efeito, está em toda a parte como essa fronteira intransponível, ideal, que separa os corpos, suas formas e seus estados, e como a condição mesmo iniciática, mesmo simbólica, pela qual um sujeito deve passar para mudar de forma ou estado." Assim escreveram os curas Deleuze e Guattari no belíssimo Postulados da línguistica (Mil Platôs, Vol.II).

É a estética da crueldade. Bendita! Bendita pra mim que sou forte e consigo afastar o perigo do monstro e ficar apenas com a singularidade que mostra o monstro. Não sei se todos têm a mesma sorte ou se eu mesma continuarei a tê-la.  Sei que não sou Zaratustra, infelizmente, mas como ele, estou agora livrando a minha alma dos esconderijos, afastando o pó, as aranhas e as trevas.  

Está chegando o tempo em que a alma vai cantar e eu agradecer.  Um tempo de oferendas. Um tempo por vir, vindo. Um tempo já sendo. Tempo do e e e e e e e e e e e e e e e e e. Por isso, estou ficando gaga. Gaga apaixonada. Na pequena língua, porque na grande língua, a do professor que tudo sabe, não posso ga-ga-gue-gue-jar. I can´t stutter, in the major language, I can´t love.  Attention on the master, a a a a mon-mon-mon-monster. Monster of the word in the major language.


" A restauração da pureza interior deve, pois, reconstituir, narrar..." 
Jacques Derrida - A farmácia de Platão

“tudo aquilo que é mostrado ou que se mostra afirmando a sua singularidade contra e através do semelhante é monstruoso”
Perret-Gentil - L´escamoteur"

"Na realidade, precisamos aprender a amar certos monstros e a combater outros.”
Negri e Hardt - Multidão guerra e democracia na era do Império