domingo, 30 de janeiro de 2011

Jorge Bichuetti, esbanjador de palavras, poeta



1 comentários:


Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Somos nômades... o avesso, reverso e anti-verso dos homens infames... Nômade - cuja vida é umma intensa e incessante desterritorializaão e reterritorialização que nos dá os entre onde tecemos nossas linhas de fuga...

Um nômade... um modo de existir onde é inerente e imanente um desejo-necessidade de ser artista, de sempre criar, do novo...

Somos a audácia do grande livramento que nos diz Nietzsche no Humano demasiadamente humano...

Abraços com a ternura do luar e com o cálido perfume do alvorecer,

Jorge



 
DEVIR NÔMADE 


JORGE BICHUETTI

Não tenho rumo, leme ou direção.

Sigo com o vento.

Não uso, terno, gravata ou uniforme.

Visto-me de tiras,

fantasias

ou só tinta na pele.

Não tenho pátria,

patrão

ou um anjo guardião.

Sou... um errante,

um errante em busca,

em busca de novidades.

Meu pecado? Não, ó, não!...

Pura obra do destino:

apanhei uma flor no caminho...

Aspirei...

E o seu perfume me enlouqueceu:

agora, uma rosa pulsa no meu peito

e o meu coração

mora na estrada...




Marisa Monte, a Divina


Pra você,
o Inominável.


CsO global


Um bando de vagabandos na minha cabeça. Hipertexto. Hipermídia. Corpo sem Órgãos. Deleuze. Guattari. Vidas cruzadas. Anti-édipos. Revolução no pensamento. Chega de papai e mamãe. Invente seu corpo sem órgãos. Trace. Trace como o homem da caverna traçou com o sangue. Imagem-potência. Mapa de corpo sem órgãos. Cinema. Faz tempo não vejo um filme bom, mas o cinema está sempre me povoando com a enorme memória social e pessoal. Histórias. Imagens. Sociedade da informação e do conhecimento? Homem primitivo. Cavernas. Maria Beltrão que mulher astral, fantástica obra de pesquisadora do sertão e das cavernas. Me faz lembrar outro Beltrão, serão irmãos? Tradutor de extensa e cavernosa obra do Zen Budismo e do Taoismo.  Minha cabeça não aguenta mais. Taoismo. Uno. Múltiplo. Bruno Latour e seus híbridos. Minha cabeça é um híbrido. Vários híbridos. Rizoma de pensamentos. Bagunça. Caos total. Pensador privado. Caverna. Já dizia Deleuze a respeito de Sartre em Meu mestre, texto lindo: é preciso um pouco de caos para pensar. A caverna é o retiro do pensador privado.  Mas Deleuze e Guattari também disseram  é precio um pouco de ordem para pensar, O que é a filosofia? Um pouco de ordem para poder pensar. Então, esqueço o Egito, as imagens do Egito. Ontem vi milhões de imagens dos países da África... Mama África. Se pensarmos bem, a África é o mundo.  Imagens. É preciso esquecer tudo isso. E adentrar o mundo pela caverna . Sentir vibrar o Corpo sem Órgãos do mundo. Presença transcedental. Sem decalques. Não a caverna de Platão. A caverna de Deleuze-Guattari. Qual é o problema dos simulacros?  

E eu adoro um decalque!!! Mas não há decalque possível para esse mundo vagabond. Talvez haja um. Esse vídeo lindo do Deleuze recitando Nietzsche ao som da banda Pinhas- Heldon. Reposto aqui. Repostarei mil vezes!!!!!!! Le voyageur. Considero esse vídeo uma obra prima, schizo-vídeo.




"Quem chegou, ainda que apenas em certa medida, à liberdade da razão, não pode sentir-se sobre a Terra senão como andarilho — embora não como viajante em direção a um alvo último: pois este não há. Mas bem que ele quer ver e ter os olhos abertos para tudo o que propriamente se passa no mundo; por isso não pode prender seu coração com demasiada firmeza a nada de singular; tem de haver nele próprio algo de errante, que encontra sua alegria na mudança e na transitoriedade." Nietzsche - O andarilho - Humano demasiadamente humano 
Na íntegra, o texto de Nietzsche, em francês: aqui.