segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Não é a República que queremos. A luta continua...

A história não é só evolução, às vezes é retrocesso. Na Proclamação da República há luta entre avanços e recuos sociais. As forças sociais e políticas envolvidas no processo, antes e depois do 15 de novembro de 1889, são de diversas naturezas, desde os mais autênticos democratas sociais até os republicanos de última hora, os fazendeiros escravocratas
Apesar de reconhecer a importância do papel  de Deodoro, dos militares e dos positivistas, não os homenageio aqui.  Nos 121 anos da Proclamação, prefiro lembrar dois nomes, ambos ligados às lutas por transformações sociais ainda em pauta no Brasil. Um deles, o  abolicionista e republicano Antonio da Silva  Jardim,  jornalista, excluído no processo de consolidação da República. O outro, o abolicionista e monarquista André Rebouças, engenheiro, excluído do Império, apesar de amigo do Imperador.  Ambos se envolveram intensamente e conflituosamente na vida política do país nas últimas décadas do século XIX, marcadas pelo movimento abolicionista e republicano. Ambos tiveram fins trágicos.  Ambos continuam sendo símbolos da luta do povo brasileiro por liberdade, universalização dos direitos e solidariedade social. Um branco, um negro;  um republicano, um monarquista;  dois militantes das mesmas lutas sociais.
No mais, o que quero mesmo é homenagear os anônimos, todos nós anônimos, que batalhamos por um Brasil e um mundo melhores.  Nesse sentido, devo acrescentar mais um nome nessa homenagem, um anônimo que se tranformou em líder de um movimento (1910-12) contra as torturas que a Marinha republicana praticava nos marinheiros anônimos: João Cândido, almirante, líder da Revolta da Chibata. Nunca foi torturado, mas organizou uma bem articulada rebelião contra a tortura e a opressão.

Silva Jardim


André Rebouças


João Candido





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