Apesar de reconhecer a importância do papel de Deodoro, dos militares e dos positivistas, não os homenageio aqui. Nos 121 anos da Proclamação, prefiro lembrar dois nomes, ambos ligados às lutas por transformações sociais ainda em pauta no Brasil. Um deles, o abolicionista e republicano Antonio da Silva Jardim, jornalista, excluído no processo de consolidação da República. O outro, o abolicionista e monarquista André Rebouças, engenheiro, excluído do Império, apesar de amigo do Imperador. Ambos se envolveram intensamente e conflituosamente na vida política do país nas últimas décadas do século XIX, marcadas pelo movimento abolicionista e republicano. Ambos tiveram fins trágicos. Ambos continuam sendo símbolos da luta do povo brasileiro por liberdade, universalização dos direitos e solidariedade social. Um branco, um negro; um republicano, um monarquista; dois militantes das mesmas lutas sociais.
No mais, o que quero mesmo é homenagear os anônimos, todos nós anônimos, que batalhamos por um Brasil e um mundo melhores. Nesse sentido, devo acrescentar mais um nome nessa homenagem, um anônimo que se tranformou em líder de um movimento (1910-12) contra as torturas que a Marinha republicana praticava nos marinheiros anônimos: João Cândido, almirante, líder da Revolta da Chibata. Nunca foi torturado, mas organizou uma bem articulada rebelião contra a tortura e a opressão.
Silva Jardim
André Rebouças
João Candido
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