domingo, 24 de outubro de 2010

Meio dia em ponto - poema para o professor morto

Tá lá o corpo
Tá lá o corpo estendido
Tá lá o corpo estendido no chão

Era meio dia
Meio dia em ponto
Terminou a aula
Deu a lição
Tantas bocas
Nenhuma mão a acolher o corpo

Pulou
do 12º andar o corpo
Será um pássaro?
Será um avião?
Apenas o corpo

Dobrado
Desdobrado
Redobrado 
No vão

Tá lá o corpo
Estendido o corpo
Muitas mãos a colher o corpo
No chão

Não é mais meio dia
A vida passa
A hora é breve
Fossem cinco para meio dia
Minha mão na sua mão
Corpo com corpo



Um comentário:

  1. Marta querida,
    Ato tão extremo para pedir socorro, para ser ouvido ou notado. E tudo muito triste. Ainda estamos em choque.
    Beijo
    Luciana

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