domingo, 7 de novembro de 2010

Para a LUA



Qual o mal da moda , linda Lua?

Jorge Bichuetti wrote:
A LUA, MEIGA E FACEIRA, COM SUAS TRAVESSURAS E MIMOS... UM ELO, UMA PONTE: DEVIR TERNURA,NNO CINZA QUE VAI E NO ARCO-ÍRIS QUE CHEGA... NA ELEGÂNCIA E ALTIVEZ DAS AURORAS, MARIAS E FLORES-ESTRELAS- NA MAGIA DO BRILHAR... ABRAÇOS JORGE

 “Raciocinem, estudem a si próprias, em detalhes, lembrem-se de que o que fica bem a uma Elizabeth Taylor, miúda, frágil, com beleza de boneca, ficaria ridículo em Sophia Loren e vive-versa. No entanto, ambas são lindíssimas”.
Clarice Lispector









"A mulher inteligente não é escrava dos caprichos dos costureiros, dos cabelereiros ou dos fabricantes de cosméticos. Antes de adotar a última palavra da moda, ela estuda o efeito da mesma sobre o seu tipo. A mulher inteligente sabe que mais importante que parecer “chique”é parecer bonita. Não quero dizer que ela ande fora de moda, use roupa e penteados antiquados. Mas o que ela usa é o que lhe fica bem, ajuda a sua figura, realça a cor e o brilho de seus olhos e cabelos, a cor da sua pele, remoça-a e torna-a ainda mais interessante para os olhos masculinos.”
Clarice Lispector




"Marta, tão boneca
Tão deleuzante
És outra
És múltipla."

Poeta em Nova York



Vuelta de paseo
Federico Garcia Lorca




Asesinado por el cielo,
entre las formas que van hacia la sierpe
y las formas que buscan el cristal,
dejaré crecer mis cabellos.


Con el árbol de muñones que no canta
y el niño con el blanco rostro de huevo.


Con los animalitos de cabeza rota
y el agua harapienta de los pies secos.


Con todo lo que tiene cansancio sordomudo
y mariposa ahogada en el tintero.


Tropezando con mi rostro distinto de cada día.
¡Asesinado por el cielo!

Leia Poeta em Nova York na íntegra, em espanhol, aqui
E tem um wiki  muito bom sobre o Poeta em Nova York, aqui




Mientras tanto, mientras tanto, ¡ay!, mientras tanto,
los negros que sacan las escupideras,
los muchachos que tiemblan bajo el terror pálido de los directores,
las mujeres ahogadas en aceites minerales,
la muchedumbre de martillo, de violín o de nube,
ha de gritar aunque le estrellen los sesos en el muro,
ha de gritar frente a las cúpulas,
ha de gritar loca de fuego,
ha de gritar loca de nieve,
ha de gritar con la cabeza llena de excremento,
ha de gritar como todas las noches juntas,
ha de gritar con voz tan desgarrada
hasta que las ciudades tiemblen como niñas
y rompan las prisiones del aceite y la música,
porque queremos el pan nuestro de cada día,
flor de aliso y perenne ternura desgranada,
porque queremos que se cumpla la voluntad de la Tierra
que da sus frutos para todos.

Federico Garcia Lorca


Ilustraçôes: Federico Garcia Lorca para Poeta en Nova York

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A engenharia do laço social

O que é a Inteligência Coletiva?   Por  Pierre Levy (Universidade de Otawa) e Rogério da Costa (PUC-SP).  



BONS ENCONTROS

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse... --------------


Spinoza devia ser um amante da potência da amizade... Ela é o terrítorio dos bons encontros.

E a solidão é o fermento para que teça um boa amizade...

Flor, estrela: vida renovada, revitalizada... Asas de passarinho ou anjo, mais do bom encontro saimos alados Beijos
Jorge


Ao encontrar a Luciana Pereira, encontrei  uma estrela e uma flor.  Uma flor no jardim da amizade. Uma estrela no caosmo do pensamento.

Marta

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

DELÍRIOS

Em sequência ao Delirante Augusto dos Anjos, o  Anjo Delirante Jorge Bichuetti, cura de corpos sem órgãos.




AS ENTRANHAS DO DELÍRIO

JORGE BICHUETTI

 

".... Ora, ora, navios entre estrelas".

Esta resposta ouviu Nize da Silveira quando tentava entender um delírio.

Freud o concebia como familialista, redutível à uma vivência passada, a um complexo, a uma ferida - a dor da castração...

Baságlia e os surrealistas o entedem como desrazão; assim, são indecifráveis pela lógica positiva e matemática do nosso cientificismo...

Ele anda nos territórios da poesia, da magia, do misticismo, da imaginação: outra racionalidade...

Deleuze-Guatari oos perceberam como histórico-geográfico-social...

Na clínica, a pergunta fecunda não é a do significado...

Penso que neles emergem perguntas que poderiam ser, assim, traduzidas:


- Que denunciam e o que anunciam?

- Que linhas de fuga se ocultam virtuais no seu emaranhado caótico?

- Que singularidade e multiplicidades estão ali pulsando e tentando atualizarem-se?

- Que devires perambulam silenciosos no coração de um delírio?

- Que diferença pulula, borboleteando ou vagalumeando, na pele arrepiada do delírio?

- Que utopia ativa mora nele e e clama por um novo mundo?

A psicopatolgia clássica se contenta em definí-lo como um juízo falso, incapaz de ser transformado ou destruído pela argumentação...

Os analistas ortodoxos os interpretam, sobreodificando-os e lhes dando uma coerência racional.

Assim, pouco se tem conseguido com a clínica da psicose.


É que somos, frequentemente, ortopédicos, quando o delírio se revela, como potência virtual de reinvenção da vida... e do mundo.

Cliniquemos no entre e na transversalidade, e os delírios se revelarão uma artimanha do insconsciente que deseja o amanhã, oo novo, a diferença, o devir...

O território do delírio é o território da mudança... Mudança do delirante e do terapêuta, da vida vivida e da vida a ser reinventada, do mundo sofrido e do mundo sonhado...

Nele, encontramos as sementes, as flores e os frutos dos sonhos...

Sonhos de todos e da vida... Os sonhos do arco-íris que deseja o velório e o sepultamente da tempestade.


Para completar o trio de Poetas Anjos Delirantes:

 Manoel de Barros


"Os delírios verbais me terapeutam."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Augusto dos Anjos

O que seria do  feriadão sem o poema?   Neste reencontrei um velho conhecido: Augusto dos Anjos.

" A carne é fogo. A alma arde." 

" Acostuma-te à lama que te espera!"

" Escarra nessa boca que te beija!"

"Bela na Dor, sublime na Descrença."
" O epitalâmio da Suprema Falta "

   "Feias agregações pentagonais"

"Deixa beijar-te a face que descora!"


"Morde-me a goela ígneo e escaldante molho"

"Hás de engolir, igual a um porco, os restos"

*********
Esse Augusto me pira, não somente pelo temas (agonizantes?), e sim, principalmente,  pelos estalidos.  
Que sonoridade fantástica.
Minha cabeça está "como as estalactites duma gruta".

Escolhi Vandalismo como o seu mais bonito poema para não ficar mais em dúvida sobre qual é o mais bonito (e doido!) poema de Augusto dos Anjos. Ou será dos Anjos do Augusto?

Vandalismo

Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos ...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!



Amauri Ferreira e a Biblioteca Nômade

Gasto com prazer meu batalhado dinheiro com livros. E aproveito sempre que possível os disponíveis (download free) na rede. Assim, sou frequentadora assídua da Biblioteca Nômade, organizada por Amauri Ferreira.

Amauri é o meu  professor de filosofia. Meu e de tantos outros, ou melhor,  tantas outras, pois há muito mais  mulheres fazendo cursos de filosofia, poucos homens ! Venho estudando com o Amauri os pensadores da filosofia da diferença: Deleuze-Guattari, Spinoza e Nietzsche.  Outros virão, Bergson e Foucault, por exemplo. 

As aulas do Amauri são obras de arte. Elas vêm me ajudando muito a esculpir a vida. Sou muito grata ao Amauri por isso. A gente nem mesmo se vê, pois faço os cursos à distância . Mas estou  firme no diálogo mental com o mestre, semanalmente atualizado. Pena que está acabando o curso do "Zara". Outros virão.

Ouço as aulas em casa, às vezes com arguta atenção, anotando, lendo, acompanhando a fala do Amauri. Outras vezes escuto sem grande ambição a lição.  Escuto e, por exemplo, vou lavando as  louças, cozinhando o almoço de amanhã... Coloco o fone de ouvido e ouço uma aula. Lavar louças ou cozinhar ouvindo a palavra de Nietzsche via Amauri é muito bom. Caminhando também é bom. Ouço as aulas do Amauri às vezes caminhando. Porém, muita  atenção: atravessar ruas assim é um perigo.  

Em 2010, estamos estudando o Assim falou Zaratustra (que, carinhosamente chamo de "Zara").   Todos os alunos compraram o livro!!! Mas o Amauri vem disponibilizando na Biblioteca Nômade textos importantes para ampliar a compreensão das leiturasda obra do Nietzsche. Exemplo, para o Assim falou Zaratustra, ele disponibilizou ao menos três  muito bons,  que recomendo:
- Ressentimento: veneno do espírito, por Spartaco Vizzoto

- Aula sobre o aforismo 354 de "A gaia ciência", por Oswaldo Giacoia Júnior

- "Interpretações de Nietzsche mundo afora", entrevista com Scarlett Marton



Las Madres

"Elas não param... querem seus filhos; mas já não os querem no desejo individualista, querem eles vivos nos seus sonhos e nos que motivaram suas vidas , os sofridos, os oprimidos, os excluídos...

De todos , elas são mães... E não são verticalmente, radicalizando o amor revolucionário de seus filhos, gritaram: O outro sou eu..." Jorge Bichuetti

Rizoma de blogs
Uzina - Utopia Ativa

Zé Dirceu

Excelente entrevista ontem no Roda Viva, TV Cultura, com Zé Dirceu. 

Jornalistas um bocado despreparados para a conversa, Marília Gabriela quase se deitou na bancada, Augusto Nunes mais parecia um playboy irresponsável, Paulo Moreira Leite lembrava uma vovó caducando.  Os outros dois jornalistas, da Isto É e da Carta Capital, bem melhores.

Zé Dirceu deu um show de Brasil. Reformas política e administrativa, por exemplo, ele colocou claramente: são necessárias inclusive para diminuir as margens de corrupção no Estado. A questão da liberdade de imprensa, muito bem colocada : há que se ter mecanismos de controle democrático dos meios de comunicação, especialmente da TV. Muito boas colocações também sobre a questão religiosa na campanha e sobre as conduções das campanhas nas eleições de 2010.  Informações preciososas sobre o Congresso: há problemas no Congresso, mas não é uma letra morta, vem trabalhando, aprovando leis importantes para o país.

Houve momentos da entrevista que pensei não iria continuar tamanha a burrice da trinca de jornalistas que não conseguem ir além do senso comum, que não superam essa mania de expiar bodes e que tratam a política como colunismo social. Ou seja, haja superficialidade! Maldosa superficialidade. Os jornalistas mais bem pagos são justamente os piores.

O Zé Dirceu está em alta performance. E ainda vai falar muito e dar muito o que falar. Ele tem conteúdo. Ele pensa  o Brasil.  Por isso, venho acompanhando seu website, desde que ele foi cassado. Não tenho mania de expiar bodes. E gosto de quem pensa a Política com P maiúsculo. Mesmo quando erram, os pensadores contribuem mais do que os tais "formadores de opinião", que ao meu ver não formam nada, pois nem mesmo informam.

Claro, tenho amigos que vão me jogar pedras por eu ter escrito isso sobre o Zé Dirceu. Danem-se as pedras! 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Palavra de ordem

Nada é mais chato nessa vida que palavra de ordem.
Nada é mais divertido nessa vida que desobedecer palavra de ordem.

Ordem só gosto da minha. Mais que precária.
Vou  agora botar ordem na louça.
No canto da pia, um marquês ofereçe
Ajuda.
Rubro, tinto, seco.
Fosse ele de carne e osso,
eu não poria ordem nas louças,
e as palavras seriam outras.

Sem a ordem da linguagem,
o amor acontece na desordem das línguas,  
Aveludadas, embriagadas, doces.

Mulheres e Homens

Há uma certa facilidade na boca e na pena dos homens de relacionar mulher aos adjetivos frágil, submissa e inexpressiva. 

Quantas vezes cada homem não experimentou a condição de frágil, submisso e inexpressivo?

Quantas vezes cada homem se apoiou numa mulher para não se sentir frágil,  submisso e inexpressivo?

Mas, há uma nova conversa entre mulheres e homens. Pensamento sem imagem.

Há uma nova Hera na relação mulher-homem, homem-mulher. 

Por homens e mulheres com cabeças coladas aos corpos, cabeças pesquisadoras.


" Ariadne esqueceu Teseu, que já não é nem sequer uma má recordação. Teseu jamais retornará. O labirinto já não é o caminho no qual nos perdemos, porém o caminho que retorna. O labirinto já não é o do conhecimento e da moral, e sim o da vida e do Ser como vivente."  Deleuze

"Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou é mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar o cachorro
e atiro os restos.
Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta.
As sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
Quando escrever o livro com o meu nome
e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma igreja,
a uma lápide, a um descampado,
para chorar, chorar, e chorar,
requintada e esquisita como uma dama."
Adélia Prado

O além-do-homem é o vivente das cavernas e dos cumes, a única criança que se concebe pela orelha, o filho de Ariadne e do Touro.

domingo, 31 de outubro de 2010

GENTE FOI FEITA PARA BRILHAR. E BRILHA

O que pode um corpo

Rizoma de Blogs
Uzina - Utopia Ativa





ANGÚSTIA - VIA CRUCIS

JORGE BICHUETTI


A angústia é via crucis de todos nós, pobres mortais...
Sensação de sufocamento, falta de espaço e ar, coração oprimido, um vazio e uma ausência de sentido...
Estamos sem chão... e sem teto... Nós e o nosso mal estar...

Freud a explicou como uma reprodução do medo de castração, oriundo dos nossos desejos incestuosos...
Os existencialistas, pela falta de sentido da vida... A vida não tem um sentido em si mesma.... E é a angústia , então, que nos levaria a um movimento de produção de sentido, anulando-a que emerge como uma resposta de eu ao nada que lhe sempre antepõe.

Outros a viram na sua complexidade e heterogeneidade.

Os surrealistas desvelaram a fragilidade da vida moderna que empobreceu o homem com o seu desencantamento do mundo, necessário a introdução da vida fabril e do pensamento positivista.

Muitos esudiosos conseguiram ligá-la à alienação do trabalho, à opressão de classe e à própria coisificação da vida com a vigência do império-fetichismo das mercadorias.


Deleuze-Guattari assina vários elementos que confluem na produção da angústia:

- o predomínio da produção de reprodução - somos repetitivos e isto à custa de uma negação da nossa singularidade e diferença;


- somos, então, escravos de um rotina, de um scripit, de um modo de existir desconctado com as possibilidades da nossa produção desejante; sem nossos desejos, robotizamos um jeito de ser e acabamos vítimas da angústia;

- para que nossa produção desejante flua, somos es triados, policiados e submetidos a severos mecanismos ( explícitos ou implícitos) de controle,vivendo, asim,, sob pressão;


- a imposição do sistema de controle que nos inibe do desenvolvimento de nossas potências como multiplicidade, gera uma constante insatisfação coom a vida que levamos e com a nossa dificuldade de enfrentar o mundo com esta identidade egóica frágil e restrita;

- a carências de linhas de fuga...

Sofremos... Porém, a saída está na construção de processos libertários que nos permitam romper com o assujeitamento e nos fomentem a reinvenção de nós mesmos, como singularidade, multiplicidade, devires, linhas de fuga, desejo e produção, subjetivações livres...



Restará então um boa angústia: desejo do novo, de novas experimentações, de vôos para além do que ousamos até momento... Seremos filhos da aurora, andarilhos da vida que se afirma potência e desejo, diferença e uma nova ética e uma nova estética... Um modo de viver e existir aberto ao inusitado, a amplidão do que pode um corpo...

sábado, 30 de outubro de 2010

Em Nietzsche , o devir mulher dói. Há uma dor mulher em Nietzsche.


O jogo entre Apolo e Dionísio

Nietzsche compreende como jogo o intercâmbio entre dois estados de consciência humana representados por Apolo  e Dionísio.  O apolíneo e o dionisíaco têm entre eles um movimento incessante, o devir, produzindo formas, produzindo o mundo. A grande saúde consiste no eterno retorno desse jogo.

 


Apolo, para os gregos, é o  “Deus brilhante da claridade do dia, revelava-se no Sol. Zeus, seu pai, era o Céu de onde nos vem a luz, e sua mãe, Latona, personificava a Noite de onde nasce a Aurora, anunciadora do soberano senhor das horas douradas do dia.(...) Apolo, soberano da luz, era o Deus cujo raio fazia aparecer e desaparecer as flores, queimava ou aquecia a Terra, era considerado como o pai do entusiasmo, da música e da poesia.(...) Deus da Música e da Lira, Apolo tornou-se, como conseqüência natural, o Deus da Dança, da Poesia e da Inspiração.

Dionísio é o filho da união de Zeus com Sêmele, personificação da Terra em todo o esplendor primaveril da sua magnificência. O deus da mania e da orgia configura a ruptura das inibições, das repressões e dos recalques. Simboliza as forças obscuras que emergem do inconsciente, pois trata-se de uma divindade que preside a liberação provocada pela embriaguez, por todas as formas de embriaguez, a que se apossa dos que bebem, a que se apodera das multidões arrastadas pelo fascínio da dança e da música e até mesmo a embriaguez da loucura com que o deus pune aqueles que lhe desprezam o culto. Desse modo, Dionísio retrataria as forças de dissolução da personalidade: às forças caóticas e primordiais da vida, provocadas pela orgia e a submersão da consciência no magma do inconsciente.

Rizoma de Blogs
Uzina -  Utopia Ativa






APOLO E DIONÍSIO

JORGE BICHUETTI

Uma coroa de louros, um corpo escultural e belo...
A lira, a poesia e o trabalho árduo de ferreiro...
Um deus infalível, disciplinado e laborioso.

Uma taça de vinho, danças, festas e alegria...
Nos bacanais a ousadia de se experimentar o novo...
Um Deus vulnerável, pois encarna no teatro das intensidades
a condição de senhor e escravo dos prazeres.

Duas linhas, dois caminhos: a vida e suas faces...
um diálogo, um pacto - que tornaria o desejo,
vida e a vida, uma alegre e encantada viagem...

Contudo, só Apolo pode mobilizar este encontro divinal...
Pois, no excesso de alegrias e prazeres, Dionísio
vive meergulhado na euforia de seus festivais;
depois, embriagado e cansado, simplesmente, adormece...


Rizoma de blogs



Marta Rúbia de Rezende disse...




Jorge querido, o Utopia Ativa está cada vez mais tchans.


O Uzina inaugurou a sua Biblioteca CSO com dois textos seus. E também organizou o Rizoma de Blogs. Poucos e nobres. Piano, piano, se va lontano.


Beijos


Marta

30 de outubro de 2010 03:42




Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...


A idéia de rizoma de blogs é um acontecimento. Irá molbilizar entres criativos e es que nos permitirão devir sociedade de amigos em processo de invenções utópicas. jorge


30 de outubro de 2010 03:53

Daniel Lins

Devoremos o Daniel Lins. Ele é Demais.
Daniel
Dionísio-AriaDne.

" Mas, por onde passaria a ética da crueldade? Pela produção de conceitos, pela filosofia, pela visão que ambos [Nietzsche e Artaud] têm do homem e do mundo. Pelo processo contínuo de desconstrução que, soob o signo de um pensamento móvel, movediço, nômade, conhecedor-experimentador de muitos desertos, delineia as cartografias desejantes, os surtos da pele, os gritos molhados de uma epiderme em revolta constante contra o corpo da razão - em Nietzsche - , e contra o organismo em Artaud." Daniel Lins


Dos filosofos brasileiros, o Daniel Lins é the best, superbe. Sugiro um mergulho no melhor dele na rede:

Artigo:

Vídeos:
- Para uma metafísica do rock: Bob Dylan e Gilles Deleuze – Fernando Chuí e Daniel Lins

- A morte como acontecimento 




- Matéria do Uzinamarta:
 "Nietzsche e a apologia da beleza" anotações da palestra de Daniel Lins







BIBLIOTECA CORPOS SEM ÓRGÃOS

Rizoma de Blogs

Uzina - Utopia Ativa 


 
A Biblioteca CSO é inaugurada com dois textos de Jorge Bichuetti: